O Mercado Livre de Energia tem despertado o interesse de cada vez mais empresários. Prova disso é que, atualmente, mais de 60 mil unidades consumidoras são livres para escolher o próprio fornecedor de energia. Ao longo de 2024, mais de 22 mil empresas finalizaram o processo de migração.
Os dados são de um levantamento feito pela Associação Brasileira de Comercializadores de Energia (Abraceel). Segundo a Associação, os consumidores do Mercado Livre de Energia já são responsáveis por 40% do consumo elétrico em terras brasileiras. Tal valor representa um salto de 5 pontos percentuais se comparado com 2023, cuja porcentagem era 35%.
Até o final de 2025, são esperadas que mais de 36 mil empresas também concluam o processo de migração. Desse total, 34 mil correspondem a pequenas e médias empresas, como por exemplo: farmácias, supermercados e academias. Saiba mais em matéria já publicada no blog da Clarke.
São Paulo lidera número de consumidores livres
A maior quantidade de consumidores livres está concentrada em São Paulo, com 19.341 unidades consumidoras. Em seguida, aparece o Rio Grande do Sul (5913), Paraná (5062), Rio de Janeiro (5001) e Minas Gerais (4769).
Quando falamos em migrações que aconteceram em 2024, o ranking segue sendo liderado por São Paulo, que registrou 6,8 mil migrações. Em seguida, aparece o Rio Grande do Sul (2131) e Rio de Janeiro (1709).
Crescimento do Mercado Livre de Energia e segurança nas negociações
O crescimento do Mercado Livre de Energia fez com que o conselho administrativo da Abraceel aprovasse a criação de um grupo especial, que elaborasse propostas para o desenvolvimento de ações que reforcem a segurança da modalidade de contratação.
Falando nisso, 2024 foi o primeiro ano de monitoramento prudencial do mercado, que foi operado em período de sombra pela Câmera de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
No final do ano passado, foram aprovadas as primeiras regras para a comercialização varejista. Foi estabelecido que o prazo para a migração dos consumidores atendidos pelas distribuidoras para o mercado livre de energia será de 180 dias, contados a partir da rescisão do contrato. Esse período não precisará ser contado antes da renovação do contrato.
Também foram aprovadas, para 2025, novas mudanças para comercializadoras varejistas. O prazo para o julgamento do processo de desligamento para os integrantes da CCEE diminuiu para 30 dias. No caso dos consumidores varejistas inadimplentes, caiu de 30 para 15 dias o prazo de antecedência mínima para a resolução contratual.
Além disso, o comercializador varejista também deve divulgar em seu portal eletrônico um modelo de contrato padrão, com vigência anual. Nele, deve constar a previsão da distribuição do volume com sazonalidade e modulação flat. Essa decisão deve ampliar a transparência e facilitar a comparação entre contratos de diferentes distribuidoras.
E por que cada vez mais empresas buscam o mercado livre de energia?
No Brasil, existem duas maneiras de comprar energia elétrica no Brasil: no ambiente tradicional e no Mercado Livre de Energia. O ambiente tradicional, também chamado de mercado cativo, abrange os consumidores residenciais e pequenas empresas. Eles são obrigados a comprar energia exclusivamente da distribuidora, sem qualquer liberdade de escolha.
Já as empresas do grupo A de energia podem realizar a migração para o Mercado Livre de Energia, uma modalidade de contratação onde é possível negociar diretamente com os fornecedores condições como preço, prazo, demanda, e até mesmo tipo de energia contratada.
Essa liberdade de negociação pode proporcionar ao consumidor uma economia de até 40% na conta de luz. Além disso, ele pode comprar energia limpa sem custo adicional e, assim, estar cada vez mais alinhado com as práticas ESG.
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