Ao ser citada, a energia nuclear é normalmente associada aos bombardeios de Hiroshima e Nagasaki e ao acidente na Usina de Fukushina, no Japão. No entanto, ela emite poucos gases de efeito estufa e sua utilização enquanto alternativa sustentável divide opiniões.
Isso acontece porque, apesar da energia nuclear não emitir gases de efeito estufa no mesmo nível que os combustíveis fósseis, um reator nuclear requer combustível para gerar energia, e sua produção emite fases de efeito estufa.
Um outro ponto é que seu impacto é insuficiente no cumprimento dos objetivos climáticos. Uma pesquisa da Agência Internacional de Energia (AIE) mostra que, mesmo triplicando a capacidade nuclear mundial, a redução das emissões de carbono seria somente de 6%. Além disso, a extração de urânio causa danos ambientais.
O que é a energia nuclear?
A energia nuclear é aquela que é originada no núcleo dos átomos, a partir de reações como o fissão e a fusão nuclear. Ela tem como principal fonte o urânio, que, embora em abundância no planeta, não é inesgotável.
A geração de energia nuclear acontece nas usinas termonucleares, que, como o próprio nome bem diz, transformam o calor resultante da reação em energia.
A principal maneira de obter o calor necessário é através da fissão nuclear, reação que ocasiona a quebra do núcleo dos átomos do urânio. O urânio 235 é o principal elemento usado como combustível para a geração de energia nuclear.
A energia nuclear também pode ser gerada a partir da fusão nuclear, que se caracteriza pela juntção de dois ou mais núcleos atômicos. Tal processo é responsável por gerar ainda mais energia que a fissão, mas não é aplicado na geração de eletricidade, ainda.
Quais são as vantagens da energia nuclear?
Apesar de dividir opiniões, a energia nuclear apresenta vantagens. Uma delas é que suas usinas não dependem de condições climáticas para funcionar, como é o caso das eólicas e placas solares. Durante o processo de geração, não ocorre a emissão de gases poluentes.
Além disso, a energia nuclear requer uma pequena área de instalação, que pode inclusive ser feita distante dos centros urbanos. Por fim, tem alta produtividade e pode operar sem interrupções.
E quais são as desvantagens?
Como o urânio é um recurso finito, a energia nuclear é considerada não renovável. Além disso, as usinas apresentam altos custos de instalação, que podem ser repassados aos consumidores.
Apesar de raros, os acidentes nucleares podem causar danos irreparáveis. Além disso, existem problemas relacionados ao lixo nuclear, que leva muitos e muitos anos para perder sua radioatividade e perigo, representando um risco à saúde humana.
Um panorama sobre a energia nuclear no Brasil
Atualmente, o Brasil possui duas usinas nucleares em operação, Angra 1 e Angra 2, localizadas no Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), em Angra dos Reis, Costa Verde do Rio de Janeiro.
A Usina Angra 2 está em operação desde 2001 e tem potência de 1350 MW. Ela é capaz de abastecer uma cidade de 4 milhões de habitantes. Juntas, as duas usinas aproximadamente 2% do consumo de energia elétrica no país e fazem parte do SIN (Sistema Interligado Nacional).
Além disso, o Brasil tem a 8ª maior reserva de urânio do mundo. O primeiro lugar fica com a Austrália.
Apesar de a geração ser relativamente baixa, o Brasil faz parte de um seleto grupo de apenas três países (juntamente com Estados Unidos e Rússia) que têm reservas de minério, tecnologia de beneficiamento e usinas nucleares para produzir energia.
E no mundo?
Em todo mundo, existem 437 reatores nucleares em operação. A maioria se localiza nos Estados Unidos (93), seguido por França (56) e China (55). Na América Latina, o Brasil, a Argentina e o México possuem usinas nucleares em operação. O Brasil, na América Latina, é o país que apresenta maior potência.
Atualmente, existem em todo o mundo 58 reatores em construção em 17 países. Aqueles que concentram as construções são China (22), Índia (8) e Turquia (4). Em toda a Europa são 13 reatores sendo preparados e nas Américas, três.
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