No Brasil, os consumidores de energia elétrica são divididos em dois grandes grupos tarifários: o Grupo A e o Grupo B. O Grupo B é formado por aqueles que utilizam energia em baixa tensão, como residências e pequenos comércios, enquanto o Grupo A é formado pelos consumidores que estão conectados em alta tensão, ou seja, acima de 2,3 kV.
Essa classificação impacta diretamente no valor da fatura, pois cada grupo tem modalidades tarifárias específicas. Aqui neste artigo, você vai saber mais sobre as tarifas aplicáveis ao Grupo B e conhecer estratégias para reduzir os custos com energia elétrica no dia a dia. Acompanhe!
Tarifas aplicáveis aos consumidores do Grupo B
A tarifa mais comum entre os consumidores do Grupo B é a tarifa convencional monômia, na qual o valor da energia é cobrado de forma fixa por kWh consumido, independentemente do horário de uso. Isso significa que o consumidor paga sempre o mesmo valor pelo kWh, sem variações ao longo do dia.
Outra tarifa aplicável ao Grupo B é a tarifa branca, que oferece preços diferenciados de acordo com o horário de consumo. Durante os horários de pico, a energia é mais cara, enquanto nos períodos de menor demanda o custo é reduzido — o que pode ser vantajoso para consumidores que conseguem concentrar o seu uso de energia fora desses horários de pico.
Como escolher a modalidade tarifária mais adequada para o meu perfil de consumo?
Para escolher a melhor modalidade tarifária, é fundamental analisar o seu perfil de consumo. Se ele ocorre majoritariamente nos horários de pico, a tarifa convencional pode ser mais vantajosa. Por outro lado, se for possível deslocar a maior parte do consumo para horários de menor demanda, a tarifa branca pode trazer mais economia.
Quem tem direito à tarifa branca? Ela é a mais vantajosa?
A tarifa branca está disponível para consumidores do Grupo B que têm medidores compatíveis e solicitam a adesão junto à distribuidora local de energia. No entanto, nem sempre ela é vantajosa.
Ela pode ser uma boa escolha para empresas que funcionam em períodos alternativos, fora do horário de pico, e para residências onde os moradores passam o dia fora e concentram o consumo de energia à noite e aos finais de semana. Ao mesmo tempo em que a tarifa convencional pode ser mais vantajosa para pequenas empresas que operam nos horários de maior demanda e para residências onde há grande consumo de energia durante o dia.
Estratégias para reduzir os custos com energia
Independentemente da tarifa escolhida pelo consumidor do Grupo B, algumas medidas podem ajudar a reduzir os custos com a conta de luz no dia a dia:
- substitua lâmpadas incandescentes pelas de LED, que consomem menos energia e duram mais;
- invista em eletrodomésticos eficientes, sempre observando o selo Procel de eficiência energética;
- use sensores de presença e temporizadores para evitar desperdício de energia em ambientes pouco utilizados;
- automatize o consumo de energia, utilizando dispositivos inteligentes para controle de iluminação e climatização;
- faça manutenções preventivas em equipamentos elétricos para evitar desperdícios devido ao mau funcionamento.
E, se você optar pela tarifa branca, também evite o consumo excessivo de energia nos horários de pico!
Como as bandeiras tarifárias são aplicadas nas modalidades tarifárias?
As bandeiras tarifárias são um sistema que indica se haverá custo adicional na conta de luz, dependendo das condições de geração elétrica do país. Os valores são estabelecidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e refletem os custos variáveis da geração de energia. Essas são as bandeiras usadas atualmente:
- bandeira verde: sem cobrança adicional;
- bandeira amarela: acréscimo de R$ 1,885 para cada 100 kWh consumidos, devido ao maior custo de geração de energia;
- bandeira vermelha patamar 1: acréscimo de R$ 4,463 para cada 100 kWh consumidos;
- bandeira vermelha patamar 2: acréscimo de R$ 7,877 para cada 100 kWh consumidos.
Nas modalidades tarifárias do Grupo B, a cobrança extra das bandeiras é aplicada diretamente ao consumo e impacta o valor final da conta de luz.
Quais são as diferenças entre as modalidades tarifárias do Grupo A e Grupo B?
Os consumidores do Grupo A são aqueles conectados em média e alta tensão e possuem maior flexibilidade tarifária. Nesse grupo, sempre há diferenciação de preços por horário de consumo e o pagamento é feito por demanda contratada — enquanto no Grupo B o pagamento é feito apenas pelo consumo de kWh.
Além disso, os consumidores do Grupo A podem migrar para o Mercado Livre de Energia, que permite que eles negociem diretamente com fornecedores, obtendo melhores preços e contratos personalizados. Essa opção, no entanto, ainda não está disponível para consumidores do Grupo B.
Como o valor da conta de luz é calculado para o Grupo B?
O cálculo da conta de luz para consumidores do Grupo B considera os seguintes fatores:
- consumo de energia (kWh): multiplicado pelo valor da tarifa aplicada;
- encargos setoriais e tributos: como ICMS, PIS e Cofins;
- bandeiras tarifárias: aplicadas conforme a condição de geração de energia do país.
Além disso, reajustes anuais definidos pela Aneel podem impactar o valor final da conta. Esses reajustes estão ligados aos leilões de energia — onde as distribuidoras locais compram a energia das geradoras. O preço pago nesses leilões influencia diretamente a tarifa cobrada na conta de luz do mercado regulado.
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