Fazer parte do Mercado Livre de Energia significa conhecer alguns conceitos-chave que direcionam as negociações entre unidades consumidoras e fornecedores. Entre eles, está o chamado PLD Horário.
Com origem em janeiro de 2021, esse termo se relaciona com as flutuações nos preços de energia que acontecem em 24 horas, abrindo oportunidades interessantes para os consumidores livres.
Neste artigo, você poderá entender o PLD horário de forma mais completa e como ele é aplicado na precificação da energia elétrica. Confira a seguir.
O que é PLD horário e de que forma ele é calculado?
O PLD é a sigla para Preço de Liquidação das Diferenças. Como o próprio nome indica, é o valor utilizado para liquidar a diferença entre recursos e requisitos de cada agente do Mercado de Curto Prazo.
Ele serve como referência para os preços de energia no Mercado Livre de Energia, a fim de valorar a energia no Mercado de Curto Prazo (MCP, ambiente onde são contabilizadas as diferenças entre a energia contratada e o volume que realmente foi gerado ou consumido).
Até 2020, o preço da energia no Brasil era definido semanalmente, levando em conta três níveis de consumo para cada região do país.
Desde janeiro de 2021, a grande mudança foi que o PLD passou a ser calculado para cada hora do dia seguinte. Isso se tornou possível graças a um modelo computacional chamado DESSEM.
Nele, o Operador Nacional do Sistema (ONS) insere informações importantes, como previsão climática, afluências, velocidade dos ventos, níveis de carga e de reservatórios, para que o sistema possa calcular o preço da energia.
Além disso, o cálculo do PLD tem como base o chamado Custo Marginal de Operação (CMO), uma métrica elaborada pelo ONS. O objetivo é otimizar o custo da energia, priorizando a segurança no fornecimento.
Também vale destacar que o PLD é definido de forma ex-ante (termo que caractertiza algo baseado em prognóstico e em suposição), considerando informações previstas de disponibilidade e carga. Os preços resultantes são fundamentais para a liquidação de toda a energia que não é contratada entre os agentes do mercado.
Quais fatores influenciam no preço?
De forma geral, o custo da energia possui o cálculo em reais por megawatt-hora. O PLD tem como objetivo oferecer um norte para os preços de todas as negociações de cada submercado nacional (Norte, Nordeste, Sudeste/Centro-Oeste e Sul).
Este é um valor que varia bastante, pois o cálculo leva em consideração diferentes fatores. Entre os mais relevantes, podemos citar:
- Volume de produção das usinas hidrelétricas;
- Condições climáticas (quanto mais chuva, maior o volume de água nas usinas);
- Demanda de energia pelos consumidores;
- Preços de combustível;
- Custo de déficit;
- Relação entre entrada de novos projetos e disponibilidade de geração e transmissão de energia.
Também vale pontuar que a responsabilidade pela definição do PLD é da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
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Qual a diferença entre PLD e CMO?
O Custo Marginal da Operação define quais usinas serão ligadas e desligadas, visando proporcionar um equilíbrio entre o custo de produção e a segurança futura do suprimento de energia.
Tanto o PLD quanto o CMO possuem o cálculo similar, mas existem algumas distinções importantes. Uma delas é a eliminação das restrições de transmissão de energia interna em um submercado, no caso do PLD.
Outra é que a geração de energia por uma usina em fases de teste não é considerada para cálculo de PLD. E este valor tem limites máximo e mínimo de preços horários e diários, diferente do CMO.
Como funciona o Modelo DESSEM para calcular o PLD horário?
Em janeiro de 2020, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (entidade brasileira responsável pela coordenação e controle da operação das instalações de geração e transmissão de energia elétrica) deu início a utilização do programa DESSEM.
Este é um modelo desenvolvido pelo Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (CEPEL) que tem como objetivo determinar a programação diária da operação de sistemas hidrotérmicos, incluindo fontes intermitentes, com discretização de até meia-hora.
Ele pode atuar de forma coordenada com os DECOMP e NEWAVE, modelos de médio e longo prazo para determinação do despacho e do preço de energia horário para o dia seguinte.
De acordo com a CCEE, essa ferramenta foi criada para minimizar o custo total da operação por meio da resolução de problemas de otimização, racionalizando o uso da geração térmica e operando o sistema de maneira mais eficiente ao longo das horas do dia.
Portanto, o DESSEM permite um acompanhamento de curtíssimo prazo para que possam ser desenhadas as melhores estratégias de gestão de energia no MCP.
De que forma é possível otimizar a gestão de energia com o PLD?
Para isso, algumas sugestões de estratégia são:
- Acompanhamento regular dos valores atuais e históricos do PLD, assim como dos fatores que afetam a sua variação;
- Análise das tendências de preço e desenho de projeções considerando a demanda do negócio e o horizonte de contratação desejado;
- Criação de flexibilidade operacional para se adaptar às variações dos valores, ajustando a geração e o consumo de energia de acordo com as condições do mercado;
- Utilização de sistemas de análise de dados para identificar padrões e tendências que permitam decisões mais assertivas, antecipando cenários futuros.
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