O setor energético no Brasil está passando por uma época de muitos avanços — e uma das grandes mudanças dos últimos anos foi a expansão do Mercado Livre de Gás Natural. Assim como o Mercado Livre de Energia, essa modalidade permite que as empresas negociem contratos diretamente com os fornecedores, sem depender de concessionárias locais, buscando sempre melhores condições de preço e flexibilidade na gestão do consumo.
E esse é um mercado em expansão. Em 2024, o número de empresas que migraram para o Mercado Livre de Gás Natural bateu recorde e foi três vezes maior que o número de 2023.
Mas como o Mercado Livre de Energia e o Mercado Livre de Gás Natural se comparam? Quais são os benefícios e desafios de cada um? E qual deles é o mais vantajoso para empresas que buscam reduzir seus custos com energia?
Continue lendo para descobrir!
O que é o Mercado Livre de Gás Natural no Brasil?
O Mercado Livre de Gás Natural é um ambiente de livre contratação, assim como o Mercado Livre de Energia, onde os consumidores podem escolher seus fornecedores e negociar contratos diretamente com eles, sem precisar de vínculo com as distribuidoras estaduais.
Esse modelo foi impulsionado pela Nova Lei do Gás (Lei nº 14.134/2021), que tem o objetivo de aumentar a concorrência do setor e torná-lo mais dinâmico, além de reduzir custos de energia para as empresas.
Embora ele tenha semelhanças com o Mercado Livre de Energia, ele tem as suas particularidades. E uma das principais diferenças entre eles é que, no setor elétrico, há uma grande diversificação de fontes de geração, enquanto o mercado de gás natural ainda depende de uma infraestrutura muito específica para ser distribuído (como os gasodutos, por exemplo).
Outra diferença é que a regulação do gás natural ainda está em processo de amadurecimento, o que pode impactar a sua competitividade em relação à energia elétrica.
Quem pode migrar para o Mercado Livre de Gás Natural?
Atualmente, a migração para o Mercado Livre de Gás Natural não está aberta para todos os consumidores. Assim como acontece no setor elétrico, é preciso seguir uma série de requisitos para estar apto a ingressar nesse modelo.
Esses critérios, diferentemente do Mercado Livre de Energia, variam de um estado para o outro. Mas, de maneira geral, é preciso consumir grandes volumes de gás para conseguir fazer a transição — no Espírito Santo, por exemplo, a capacidade mínima contratada deve ser de 10.000 m³/dia.
É por isso que empresas como indústrias termelétricas têm mais facilidade para aderir ao mercado livre, enquanto consumidores menores ainda enfrentam barreiras regulatórias para acessar o ambiente de contratação livre.
Simulador do Mercado Livre de Energia
Como funciona o Mercado Livre de Gás Natural?
O funcionamento do Mercado Livre de Gás Natural envolve diversos agentes. Esses são os principais:
- produtores de gás natural: são empresas que extraem o gás de reservatórios naturais;
- transportadores: são responsáveis pelo escoamento do gás pelos gasodutos até os centros de consumo;
- comercializadores: são intermediários que negociam a compra e venda do gás para os consumidores;
- consumidores livres: empresas que optam por adquirir o gás natural diretamente dos fornecedores com contratos personalizados.
Como ele funciona em cada estado
Como já falamos aqui, cada estado brasileiro tem autonomia para regular a distribuição do gás, o que cria diferenças na forma como o Mercado Livre de Gás Natural funciona em cada um. Em estados como Espírito Santo, Bahia, Paraná, São Paulo e Minas Gerais, a abertura do mercado já está mais avançada, enquanto em outras regiões as distribuidoras estaduais ainda têm grande controle sobre a comercialização do gás.
Uma das principais diferenças é a capacidade mínima contratada:
- Bahia: 300.000 m³/mês;
- Espírito Santo: 10.000 m³/mês;
- Minas Gerais: 5.000 m³/dia;
- Paraná: 10.000 m³/mês.
Mercado Livre de Energia x Mercado Livre de Gás Natural
Para fazer um comparativo entre o Mercado Livre de Gás Natural e o Mercado Livre de Energia, é preciso considerar as vantagens e desvantagens de cada um deles.
Vantagens do Mercado Livre de Gás Natural:
- potencial de economia;
- previsibilidade de preços;
- grande aplicação industrial.
Desvantagens do Mercado Livre de Gás Natural:
- infraestrutura limitada, pois a dependência de gasodutos restringe a oferta em algumas regiões;
- diferenças entre a regulação de cada estado, o que dificulta a migração;
- menor flexibilidade.
Vantagens do Mercado Livre de Energia:
- redução de custos;
- possibilidade de diversificação de fontes, incluindo fontes renováveis;
- flexibilidade contratual;
- regulamentação nacional e mais madura.
Desvantagens do Mercado Livre de Energia:
- oscilação de preços;
- necessidade de acompanhar tendências e regulamentos para otimizar contratos.
Um panorama sobre o gás natural no Brasil
O gás natural tem um papel importante na matriz energética brasileira. Ele é um recurso especialmente importante para indústria e agropecuária, sendo utilizado em processos de geração de calor, secagem de grãos e produção de fertilizantes.
No setor elétrico, o gás também tem grande importância, pois é utilizado em termelétricas para garantir estabilidade ao sistema em períodos de baixa geração hídrica.
As perspectivas para o futuro do gás natural no Brasil são promissoras. O mercado livre vem crescendo e, além de ter batido recorde de número de migrações em 2024, ele também recebeu diferentes indústrias, como a de vidro, alimentos e cerâmicas.
A tendência para os próximos anos é de crescimento e espera-se que cada vez mais indústrias façam a migração.
Dicas para economizar no Mercado Livre de Gás Natural
Se você pensa em ingressar com a sua empresa no Mercado Livre de Gás Natural, é preciso colocar em prática algumas estratégias para economizar. Confira nossas dicas:
- faça pesquisas de mercado;
- avalie o consumo energético e entenda o perfil da empresa para negociar melhores condições;
- monitore preços constantemente;
- contrate uma consultoria especializada para auxiliar na gestão do fornecimento.