A energia é um insumo necessário para praticamente tudo o que movimenta a sociedade: iluminação pública, transportes, tecnologias, conservação de alimentos, funcionamento de indústrias e tantas outras coisas. Por isso, a matriz energética de um país tem um papel fundamental no seu desenvolvimento econômico, influenciando desde a geração de empregos até a competitividade no mercado internacional.
Mas, antes de nos aprofundarmos nesse tema, é preciso esclarecer um ponto: matriz energética não é a mesma coisa que matriz elétrica. A matriz energética é mais ampla, pois inclui todas as fontes de energia que um país utiliza, enquanto a matriz elétrica se refere apenas à produção de energia.
E agora que você já sabe essa diferença, é hora de entender como a matriz energética impacta o crescimento econômico e quais são os desafios e oportunidades para o Brasil nesse cenário. Acompanhe!
Qual é a importância da energia para a economia?
A energia é essencial para qualquer atividade produtiva. Ela permite o funcionamento de máquinas, transporte de mercadorias, comunicação entre pessoas e empresas, entre outras coisas. Sem energia, portanto, é impossível promover o crescimento econômico de forma equilibrada.
E não estamos falando somente de grandes indústrias. O agronegócio, pequenos comércios, serviços e o setor de tecnologia também dependem de uma matriz energética bem estruturada para funcionar e prosperar.
Ou seja, mais do que um insumo operacional, a energia também pode ser considerada um fator estratégico. países que investem na área, usam fontes renováveis e buscam maior eficiência energética estão, ao mesmo tempo, reduzindo a sua dependência de combustíveis fósseis, diminuindo riscos geopolíticos e criando bases sólidas para a inovação.
Além disso, a matriz energética pode ser uma aliada na construção de um mundo mais justo e sustentável. Isso porque quando o acesso à energia é ampliado, ele contribui para:
- reduzir desigualdades sociais;
- impulsionar o empreendedorismo;
- melhorar serviços essenciais, como os de saúde e educação;
- gerar empregos, inclusive em novos setores.
Como alcançar o desenvolvimento energético sustentável?
O desenvolvimento energético envolve três pilares: acesso universal, uso eficiente e baixa emissão de poluentes. E a verdade é que o Brasil tem vantagens importantes nesse campo, mas também alguns desafios.
Panorama do consumo de energia no Brasil e no mundo
No mundo, a matriz energética ainda é majoritariamente baseada em fontes não renováveis, como o petróleo, o carvão mineral e o gás natural. De acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA), cerca de 80% da matriz global ainda é composta por combustíveis fósseis — com perspectivas de que esse número chegue a 60% até a metade do século.
Mas no Brasil a situação é um pouco mais equilibrada. O país é conhecido por ter uma matriz energética mais diversificada e limpa, com grande presença de fontes renováveis, como a energia hidráulica, que é a fonte principal, além de solar, eólica e de biomassa, que estão em crescimento nos últimos anos.
Aqui, cerca de 35% da matriz energética é composta por petróleo e derivados, enquanto o gás natural corresponde a 9,6%, segundo dados do Balanço Energético Nacional (BEN) 2024. Somadas, as fontes fósseis correspondem a 44,7% da oferta interna de energia.
Impactos ambientais e oportunidade
A forma como um país escolhe produzir e consumir energia tem impactos diretos sobre o meio ambiente. O uso de combustíveis fósseis é um dos principais responsáveis pela emissão de gases do efeito estufa e mudanças climáticas.
Por outro lado, quando um país aposta em fontes renováveis, ele não apenas reduz a sua pegada ambiental, como também amplia suas oportunidades de desenvolvimento sustentável. E investir em uma matriz energética mais limpa não é apenas uma questão ambiental, mas uma estratégia econômica de longo prazo, pois ajuda a reduzir custos, atrair investimentos e posicionar o país de forma competitiva no cenário global.
Desafios e barreiras no acesso à energia
O acesso à energia elétrica no Brasil avançou de forma significativa nos últimos anos, chegando a 99,8% dos domicílios brasileiros em 2023, segundo o Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE). Esse dado representa uma conquista importante, especialmente se considerarmos a dimensão territorial e a diversidade geográfica do país.
Mas, apesar da quase universalidade, ainda existem desafios relevantes em áreas rurais e remotas. Enquanto 99,9% dos domicílios urbanos já contam com energia elétrica, esse percentual cai para 99,0% nas áreas rurais. Na Região Norte, o cenário é um pouco mais delicado — apenas 82,4% dos domicílios rurais recebem energia da rede geral. Muitos lares ainda dependem de fontes alternativas, como geradores, baterias ou sistemas solares individuais, que hoje são responsáveis por garantir acesso à eletricidade para 95,6% dos domicílios rurais nortistas.
Esses números evidenciam não apenas a importância dessas alternativas, mas também a necessidade de políticas públicas que garantam infraestrutura energética de qualidade e estável para essas populações.
A ausência de energia elétrica regular e confiável em algumas localidades não impacta apenas o conforto das famílias, mas também compromete o funcionamento de escolas, postos de saúde, sistemas de água e atividades econômicas.
Matriz energética x matriz elétrica
Entender a diferença entre esses dois conceitos é essencial para acompanhar as discussões sobre energia no Brasil e no mundo.
A matriz energética, como você já sabe, é o conjunto de fontes usadas para suprir a necessidade de energia do país. A matriz elétrica, por sua vez, é parte da matriz energética, já que se refere somente às fontes utilizadas para gerar eletricidade.
A previsão para os próximos anos é de um cenário de aumento na participação das fontes renováveis, impulsionado por metas ambientais e acordos internacionais de descarbonização. Além disso, a modernização das redes elétricas e o crescimento da geração distribuída devem tornar o acesso à energia mais inteligente e eficiente.