Os indicadores de desempenho financeiro são ferramentas valiosas para qualquer empresa acompanhar a sua saúde econômica, tomar decisões estratégicas e atrair investimentos. Eles permitem entender quanto o negócio está lucrando, qual o retorno sobre os investimentos realizados e como os custos estão sendo gerenciados.
Entre os diversos custos que afetam o desempenho financeiro, os custos fixos operacionais têm um peso considerável. Entre eles, está o custo com energia elétrica, que é um dos mais relevantes — especialmente aqui no Brasil, onde as tarifas de energia elétrica estão entre as mais caras do mundo.
Negligenciar esse insumo pode distorcer a percepção da rentabilidade da empresa e afetar decisões estratégicas importantes. Por isso, aqui neste artigo, você vai entender como o custo da energia impacta os principais indicadores de desempenho financeiros, por que ele deve ser monitorado e como incluí-lo na sua análise para ganhar mais previsibilidade, competitividade e oportunidades de economia.
O impacto financeiro da energia nas empresas
O custo da energia elétrica influencia diretamente a rentabilidade das empresas. Principalmente as brasileiras, já que o país é um dos que têm tarifa média mais elevada para o setor industrial, o que aumenta significativamente os custos operacionais — e isso afeta ainda mais os segmentos de alimentação, agronegócio, indústria e serviços.
É por isso que o custo da energia elétrica é apontado como o maior obstáculo à competitividade da indústria pelos empresários, à frente de outros fatores como burocracia e logística. E não é difícil entender por quê: esse é mesmo um insumo que interfere diretamente na margem de lucro e em diversos outros indicadores financeiros, ainda mais se não for acompanhado de perto.
Se a energia representa 5% ou mais da receita bruta de uma empresa, qualquer aumento tarifário, desperdício ou ineficiência pode comprometer seriamente os resultados. Portanto, levar esse custo em consideração é essencial para uma análise financeira realista, transparente e capaz de sustentar o crescimento do negócio a longo prazo.
Como incluir o custo de energia na sua análise financeira
Antes de começar a analisar indicadores de desempenho financeiro, é importante entender como a energia se encaixa dentro da estrutura de custos. Como você já sabe, ela é um custo fixo recorrente, e pode comprometer a margem de lucro caso não seja monitorada de perto.
Veja o passo a passo para incluir o custo de energia na sua análise financeira:
- mapeie os custos energéticos fixos e variáveis: identifique o valor médio da sua conta de luz e, se possível, separe o que é consumo e o que são encargos, tributos ou tarifas específicas;
- relacione o custo de energia com a receita e a produção: compare esse calor com a sua receita mensal e com a produção — se você produz mil unidades por mês, quanto de energia está sendo gasto por unidade?
- inclua esse dado nos seus principais indicadores financeiros: o custo energético deve entrar nas análises de margem de contribuição, EBITDA e ponto de equilíbrio, entre outros;
- monitore variações mensais e compare com metas: use uma planilha ou ferramenta de gestão para comparar os custos ao longo do tempo e identificar desvios e oportunidades de economia;
- avalie cenários futuros com base em consumo e tarifas: inclua simulações no seu planejamento orçamentário, considerando reajustes tarifários e possíveis reduções, como adesão ao Mercado Livre de Energia ou instalação de energia solar.
Quer um exemplo?
Imagine que uma empresa fatura R$ 500 mil por mês e paga R$ 25 mil de energia elétrica, em média. Isso representa 5% da sua receita bruta. Se essa empresa migrar para o Mercado Livre e reduzir esse custo para R$ 17,5 mil, a economia de R$ 7,5 vai direto para o lucro operacional. No acumulado do ano, são R$ 90 mil a mais no caixa — valor que pode ser reinvestido ou servir como reserva de emergência.
Benefícios de considerar a energia nos seus KPIs
Ao incluir o custo de energia nos seus indicadores de desempenho financeiro, você passa a ter uma visão mais realista sobre a operação. Os principais benefícios disso são:
- previsibilidade orçamentária: monitorar esse custo permite simular cenários, prever reajustes e se preparar para flutuações tarifárias;
- novas oportunidades de reduzir custos: com esses dados em mãos, fica mais fácil identificar desperdícios e avaliar alternativas, como o Mercado Livre de Energia ou energia solar;
- competitividade: empresas com custos operacionais mais baixos conseguem praticar preços melhores e crescer de forma mais sustentável;
- sustentabilidade: considerar o impacto energético abre caminho para estratégias mais sustentáveis, alinhadas aos valores da empresa e às exigências do mercado e dos consumidores.
Além disso, considerar o custo da energia nos KPIs ajuda a planejar melhor os investimentos em eficiência energética e ter mais transparência nas demonstrações financeiras.
Indicadores financeiros impactados pelo custo da energia
O custo fixo com energia afeta diretamente vários KPIs estratégicos. Veja abaixo como cada um deles é impactado, incluindo indicadores de desempenho financeiro!
Lucro operacional (EBITDA)
A energia entra diretamente na conta de despesas operacionais, então qualquer variação nesse custo afeta o EBITDA. Então, reduzir a conta de luz é uma forma de aumentar o EBITDA sem precisar elevar o faturamento.
Margem de contribuição
Como a energia costuma estar dentro do custo variável em alguns modelos de cálculo, ela afeta diretamente o quanto sobre por unidade vendida. Otimizar esse gasto, portanto, significa melhorar a margem de contribuição e, por consequência, a viabilidade dos produtos ou serviços oferecidos pela empresa.
Payback de projetos
Projetos que envolvem a eficiência energética, como troca de equipamentos ou automação, só valem a pena se tiverem um bom payback. Ao incluir o custo real da energia nesse cálculo, você torna as análises mais precisas e identifica melhor as oportunidades de retorno.
ROI
Assim como o payback, o Retorno Sobre Investimento (ROI) de ações de eficiência ou geração de energia depende diretamente do custo. quanto maior ele for, maior será o potencial de retorno das ações para reduzi-lo.
Ponto de equilíbrio financeiro
O ponto de equilíbrio indica quanto a empresa precisa faturar para cobrir seus custos. Reduzindo a conta de luz, você diminui o custo fixo e reduz o valor necessário para atingir o ponto de equilíbrio, o que dá mais margem de segurança para o negócio.
