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COP-29: o que é este evento, onde será e qual o papel da energia na edição de 2024?

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Todos os anos, a chamada Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) debate assuntos importantes relacionados ao clima mundial e seus impactos para a vida no nosso planeta. A deste ano é a COP-29

A seguir, confira as principais informações sobre este evento e qual a sua relação com o mercado de energia atual.

O que é a COP-29 e onde será este ano? 

A UNFCCC, organizada pela Organização das Nações Unidas (ONU), é um encontro anual dos chefes de Estado e representantes de países do mundo inteiro na Conferência das Partes (COP, na sigla em inglês para Conference of the Parties) com o objetivo de debater as práticas globais para conter os avanços e danos gerados pelas mudanças climáticas.

Em 2024, o evento chega à sua 29ª edição e será realizado entre os dias 11 e 22 de novembro, em Baku, capital do Azerbaijão. Inclusive, o país será o primeiro da região do Cáucaso, localizado entre o Leste da Europa e o Oeste da Ásia, a sediar uma COP. 

Quando surgiu essa convenção e qual a sua relevância para o mundo?

Voltando no tempo, a COP teve sua primeira edição oficial realizada em Berlim, na Alemanha, em 1995. 

Mas o Brasil tem uma importante participação nessa história, pois o encontro teve origem em um dos eventos mais relevantes sobre o clima e o meio ambiente: a ECO-92, ou Cúpula da Terra.

A reunião, sediada em 1992 no Rio de Janeiro, foi um marco na conscientização e mobilização global em torno das questões climáticas. 

Foi durante a ECO-92 que a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima foi criada visando a redução dos impactos das atividades humanas sobre o meio ambiente.

A partir desse momento, a COP passou a ser realizada todos os anos para atualizar e discutir novas metas e estratégias para enfrentar os novos desafios apresentados, além de negociar acordos internacionais interessantes para atingir os objetivos estabelecidos. 

Inclusive, foi na COP-3, em 1997, que surgiu o Protocolo de Kyoto, idealizado para reduzir as emissões de gases de efeito estufa em países industrializados. 

O evento também tem uma grande relevância para exercer uma pressão nos países para que eles adotem medidas mais ambiciosas e urgentes para reduzir seus impactos e proteger ecossistemas vulneráveis, sobretudo com as consequências das mudanças climáticas cada vez mais evidentes (incêndios florestais, secas e inundações, por exemplo). 

Leia também | Mudanças climáticas: três dados sobre combustíveis fósseis 

O que está previsto na agenda de discussões da COP-29? 

Nas últimas décadas, os países que se reúnem na Conferência das Partes estão se dedicando principalmente a encontrar soluções para limitar o aquecimento global a 1,5°C. 

No último encontro, realizado em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, os participantes reforçaram os compromissos assumidos no Acordo de Paris e buscaram avançar em novas medidas concretas. 

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Além disso, durante as sessões, governos, empresas privadas e sociedade civil, junto com empreendimentos do setor elétrico, debateram estratégias para reduzir as emissões dos gases do efeito estufa, promover energias renováveis e implementar políticas de adaptação às mudanças climáticas.

A expectativa é que, neste ano, a COP-29 tenha como prioridade a negociação em torno de novas metas coletivas de financiamento climático – apoio financeiro destinado a ajudar países, principalmente em desenvolvimento, a enfrentar os desafios das alterações no clima mundial. 

O foco nesse assunto se justifica por alguns motivos, entre eles:

  • Meta de US$ 100 bilhões anuais: em 2009, os países desenvolvidos prometeram mobilizar este valor até 2020 para ajudar as nações em desenvolvimento a enfrentar os desafios climáticos. Contudo, essa meta não foi completamente atingida, e a discussão agora envolve tanto o cumprimento desse compromisso quanto o aumento desses valores para as necessidades futuras; 
  • Responsabilidade histórica e justiça climática: como os países mais ricos, que historicamente emitem mais gases de efeito estufa, são considerados mais responsáveis pelos impactos no clima, o financiamento é uma forma de “compensação” para aqueles que sofrem mais com as consequências, mas que contribuíram menos para o problema;
  • Perdas e danos: por fim, há uma crescente demanda mundial para ajudar nações vulneráveis a lidar com os impactos irreversíveis dessa situação, como a destruição de infraestruturas e meios de subsistência.

Essa edição também deverá ser um local de ampla discussão para acelerar a chamada transição energética, que falaremos mais no próximo tópico. 

Qual o papel da energia na COP-29? 

Podemos entender a transição energética como o processo de mudança dos atuais sistemas de energia, baseados em combustíveis fósseis (como petróleo, carvão e gás natural) para fontes de energia limpas e sustentáveis, como solar, eólica, hidrelétrica e biomassa.

O objetivo da COP-29 é reduzir as emissões de gases de efeito estufa e mitigar os impactos das mudanças climáticas, promovendo uma economia de baixo carbono.

Conforme apontado, este é um tema chave na COP-29, uma vez que está diretamente ligado às metas globais de combate às alterações no clima e ao cumprimento dos compromissos estabelecidos no Acordo de Paris.

Alguns pontos relacionados a esse assunto que deverão ser discutidos no encontro são: 

  • Descarbonização: levantamento de medidas para reduzir a dependência de combustíveis fósseis e promover uma economia neutra em carbono;
  • Eletrificação dos setores: essa transição também envolve eletrificar setores intensivos em energia, como transporte (veículos elétricos) e indústrias, utilizando eletricidade gerada por fontes renováveis; 
  • Transição justa: um aspecto essencial que será levantado na COP é como garantir que esse processo seja socialmente equitativo. Ou seja: como assegurar que os trabalhadores de setores fósseis, como mineração e petróleo, possam migrar para novas indústrias sustentáveis sem que isso crie problemas econômicos e sociais graves em certas regiões;
  • Inovações tecnológicas: é interessante um levantamento de quais investimentos em novas tecnologias fazem sentido neste momento, como baterias para armazenamento de energia, hidrogênio verde e redes inteligentes que possam lidar com a intermitência das fontes renováveis;
  • Financiamento externo: por fim, será importante entender de que forma países em desenvolvimento poderão receber apoio financeiro e tecnológico de nações mais ricas e instituições internacionais para realizar as suas transições energéticas. 

Pautas como essas, e que estarão presentes na COP-29 são extremamente relevantes para empresas de todos os setores, afinal, elas impactam diretamente na forma como as organizações gerenciam seu abastecimento de energia. 

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Maria Beatriz Pacheco

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