O Mercado Livre de Energia é uma alternativa muito vantajosa para empresas que querem reduzir os custos com eletricidade e obter maior previsibilidade sobre os seus gastos.
Diferente do mercado cativo, no qual os consumidores são obrigados a comprar energia de distribuidoras locais e pagar tarifas reguladas pelo governo, no Ambiente de Contratação Livre (ACL) é possível negociar diretamente com fornecedores, encontrando melhores preços e melhores condições de pagamento.
Por ser tão vantajoso, o ACL vem crescendo no Brasil nos últimos anos. O mercado apresentou um crescimento expressivo no Brasil em 2024 e, em 2025, cerca de 35 mil empresas devem concluir a migração, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Para usufruir de todos os benefícios do ACL é preciso conhecer bem as suas regras e criar estratégias de compra de energia que vão reduzir ainda mais os custos da empresa. Quer saber como fazer isso? É só continuar lendo!
Como comprar no Mercado Livre de Energia?
No Ambiente de Contratação Livre (ACL) a compra de energia é feita por meio de contratos entre consumidores e fornecedores. Isso traz mais flexibilidade para a negociação de preços, prazos e condições.
Assim, as empresas consumidoras podem escolher o fornecedor mais adequado ao seu perfil e às suas necessidades, podendo optar ainda por usar energia proveniente de fontes renováveis ou convencionais, além de definir a melhor estratégia para evitar oscilações de custo.
E essas estratégias, naturalmente, dependem do perfil de risco de cada consumidor:
- consumidores mais conservadores: tendem a buscar contratos de longo prazo com preços fixos, garantindo previsibilidade sobre os custos e se protegendo contra flutuações do mercado;
- consumidores mais arrojados: normalmente optam por contratos mais flexíveis, aproveitando os momentos de baixa no preço da energia para reduzir custos e obter melhores condições.
Quem pode comprar energia no Mercado Livre?
Antes de 2024, somente empresas que contratavam acima de 500 kW podiam acessar o ACL. Porém, a portaria 50/2022 abriu esse mercado para todas as empresas que fazem parte do Grupo A, ou seja, todas aquelas que recebem energia de alta tensão, independentemente do volume contratado.
Entretanto, empresas com demanda inferior a esse limite podem acessar o ACL por meio de um comercializador varejista, que atua como intermediário e facilita a entrada de empresas menores nesse ambiente.
Já os consumidores do Grupo B, que recebem energia de baixa tensão (como residências e pequenos comércios), ainda não podem migrar diretamente para o Mercado Livre.
De quem é possível comprar energia no ACL?
No Ambiente de Contratação Livre, os consumidores podem comprar energia de diferentes agentes, como comercializadores, geradores, autoprodutores e importadores. Saiba mais sobre eles:
- comercializadores: atuam como intermediários, comprando energias de diferentes fontes e revendendo para consumidores — o que facilita a negociação e variação da matriz energética;
- geradores: são responsáveis pela produção de energia e podem oferecer contratos diretamente para grandes consumidores;
- autoprodutores: são empresas que geram energia para consumo próprio, mas podem comercializar excedentes no mercado;
- importadores: trazem energia de fora do país para atender a demanda interna — geralmente em períodos de escassez.
Atualmente, somente consumidores de cargas maiores que 500kW podem escolher livremente seu fornecedor de energia elétrica. Os demais precisam comprar exclusivamente de usinas de fontes renováveis.
Qual é o melhor momento para comprar energia no ACL?
Assim como outros mercados, o setor elétrico também é influenciado por fatores de oferta e demanda. Em épocas de chuvas intensas, por exemplo, as hidrelétricas operam com mais eficiência, o que reduz a necessidade de acionamento de usinas térmicas e diminui o custo da energia.
Já em períodos de seca, os preços tendem a subir como consequência do aumento da geração térmica, que tem custos mais elevados.
Simulador do Mercado Livre de Energia
Além das condições climáticas, como você viu aqui, a legislação também impacta o preço da energia. Alterações nas regras, mudanças nas tarifas ou incentivos ao uso de determinadas fontes podem influenciar o valor dos contratos.
É por isso que é tão importante monitorar o mercado e contar com especialistas para definir as melhores estratégias de compra de energia e identificar o melhor momento para fechar um negócio.
Como desenvolver estratégias de compra de energia
A compra de energia no ACL exige planejamento estratégico para evitar custos desnecessários e ter mais previsibilidade.
A seguir, confira algumas estratégias de compra de energia:
- monitoramento constante de preços: é importante acompanhar as variações do mercado para encontrar as melhores oportunidades;
- negociação de tarifas personalizadas: ajustar os contratos conforme o padrão de consumo da empresa ajuda a reduzir os custos;
- gestão da volatilidade do PLD horário: as variações de preço ao longo do dia podem ser aproveitadas para reduzir custos, ajustando o consumo para os horários em que a energia está mais barata.
Contratos de longo prazo x curto prazo
Na hora de fechar o contrato, é preciso decidir entre opções de longo ou curto prazo. Contratos de longo prazo oferecem mais previsibilidade e proteção contra as oscilações de preço e, por isso, são ideais para empresas que buscam mais estabilidade financeira.
Já os contratos de curto prazo podem ser mais vantajosos para quem quer aproveitar oportunidades sazonais, mas são mais arriscados, pois estão sujeitos às variações do mercado.
A escolha depende do perfil e das necessidades de cada empresa e, se você precisar de ajuda para tomar uma decisão mais inteligente, pode contar com o apoio de especialistas na área.
Formas de precificação da energia
Os contratos no ACL podem adotar diferentes formas de precificação. Conheça as principais:
- preço fixado: neste modelo, a empresa paga um valor fixo pelo MWh durante todo o contrato;
- preço variável: os preços acompanham as flutuações do mercado, podendo gerar economia em momentos de baixa, mas também aumentando o risco de aumento nos custos.
Preços regulados x desregulados
No ACL, os preços seguem as regras da oferta e da demanda — diferentemente do que acontece no mercado cativo, onde os preços são regulados e definidos pelas ANEEL.
Quais são os principais riscos e desafios na contratação de energia?
A sua estratégia de compra de energia no Mercado Livre deve considerar os riscos que estão atrelados a isso e gerenciá-los com atenção. São eles:
- riscos de mercado: oscilação de preços;
- riscos contratuais: algumas cláusulas em contratos podem gerar custos inesperados;
- riscos regulatórios: mudanças na legislação podem afetar contratos;
- energia reativa: pode aumentar os custos na conta de luz se não for bem gerenciada.
A nossa dica para você que quer mitigar riscos e diminuir custos é contar com o apoio de uma gestora de energia, pois essas empresas têm maior expertise de mercado e podem ajudar a otimizar contratos e evitar custos inesperados.