O Brasil tem potencial para ser um líder global de inovação no setor elétrico, com espaço para investimentos em soluções de economia e sustentabilidade. Este foi o consenso do Energy Tech Summit Brasil 2022, primeiro grande encontro entre startups de energia e investidores de venture capital, realizado pela Lead Energy e pela Clarke Energia na última quinta-feira (6), no Cubo Itaú, em São Paulo.
Além dos anfitriões Raphael Rufatto, CEO da Lead Energy, e Pedro Rio, CEO da Clarke Energia, o evento reuniu outros executivos e investidores: participaram Alexandre Viana, sócio e diretor da Thymos Energia; Fábio Carrara, CEO da SolFácil; David Noronha, CEO da Energy Source; Luciano Pereira, co-fundador da Lemon Energy; Raphael Campos, venture capital principal da VOX Capital; Giancarlo Tomazim, da GTO; Vitor Mascarenhas, head de corporate venture capital da EDP Brasil; e Carolina Hibner, Investment Analyst na Valor Capital.
Um resumo sobre a Energy Tech Summit Brasil 2022
A Lead Energy é uma startup de diagnóstico e soluções energéticas. Durante o evento, o CEO Raphael Rufatto reforçou que educar os consumidores e descomplicar a conta de luz é um caminho para melhorar o problema dos gastos desnecessários com energia.
“Essa é uma oportunidade para reduzir custos e trazer soluções sustentáveis. Na Lead, transformamos o que era difícil de compreender em um sistema que lê a conta de forma simplificada e em 3 segundos, simula o quanto poderia ser economizado naquele caso, em particular”, afirmou Rufatto.
Uma das formas de liderar a inovação é aumentar os investimentos no setor elétrico. Pedro Rio, CEO da Clarke Energia, marketplace de Mercado Livre de Energia, explica que enquanto o investimento em startups caiu, o de energy techs cresceu 230% em um ano.
“Em 2022, o investimento em startups teve uma queda de 60% em relação a 2021, mas o investimento específico em energytechs cresceu mais de 230%. Mesmo que, naturalmente, os valores sejam proporcionalmente menores, demonstra um olhar voltado para a transformação do setor”.
Energy Tech Summit Brasil 2022 e novas perspectivas para o Mercado
O aumento dos investimentos é um reflexo de como o mercado tem crescido nos últimos anos. Para o sócio e diretor da Thymos Energia, Alexandre Viana, o mercado nacional e mundial de energia terá o maior potencial de crescimento nos próximos 20 anos.
“A expectativa de mercado nessa transição é promissora, mas demanda cuidado com alguns fatores. É preciso ter monitoramento de mercado e atenção à sustentabilidade nas empresas”, pontuou.
Segundo o diretor-geral da GTO, Giancarlo Tomazim, é urgente consolidar e aprofundar as práticas de sustentabilidade, governança e responsabilidade social. “A gente cobra muito os governos e a gente cobra pouco das empresas”, avalia ele, reforçando o papel das pessoas “inconformadas” na mudança do mundo.
Apesar de o Brasil ter a capacidade de liderar a inovação do setor elétrico no cenário internacional, outros países já começaram a desenvolver seus mercados. No entanto, é preciso aproveitar a abundância de recursos ambientais que o país possui, além de aprender com os erros de outros países.
“O Brasil tem muito a aprender com os outros países, com as outras geografias, do que foi bem feito e o que foi mal feito, quais foram as startups que conseguiram bater de frente com as grandes empresas de energia”, afirmou Vitor Mascarenhas, head de corporate venture capital da EDP Brasil.
O futuro do setor elétrico começou a ser construído no Brasil. O aprendizado que o primeiro Energy Tech Summit Brasil deixa é de acompanhar as tendências que serão focais no mundo inteiro – a abertura do mercado de energia, a geração distribuída (principalmente solar), e a descarbonização. Todas as empresas caminham para ter uma matriz energética 100% verde.